O Coletivo de Teatro Alfenim, de João Pessoa (PB) chega em Mossoró.
Olá, amigos!
Segue release do espetáculo Milagre Brasileiro, do Coletivo Alfenim, de João Pessoa, que apresenta a partir desta terça-feira na sede d´O Pessoal do Tarará, às 20h.
“Segurança Nacional”.
E também se inspira no “teatro desagradável” de Nelson Rodrigues. Da fricção desses materiais incongruentes surge a forma do espetáculo.
Segue release do espetáculo Milagre Brasileiro, do Coletivo Alfenim, de João Pessoa, que apresenta a partir desta terça-feira na sede d´O Pessoal do Tarará, às 20h.
O Coletivo de Teatro Alfenim, de
João Pessoa (PB) chega em Mossoró com o projeto Teatro em Trânsito, que
consiste em percorrer 6 cidades nordestinas (Natal, Recife, Caruaru, Juazeiro,
Fortaleza e Mossoró) com o espetáculo Milagre Brasileiro, que aborda os “anos
de chumbo” da Ditadura Militar, culminando com a decretação do AI-5; e a
intervenção urbana Histórias de Sem Réis, que convida os passantes na rua a
relatar episódios de suas histórias pessoais. O Alfenim aproveita para fazer um
intercâmbio com o Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará. As apresentações de Milagre
Brasileiro acontecerão na sede d´O Pessoal do Tarará, na terça-feira (11) e na
quarta-feira (12), sempre às 20h, com entrada franca.
Já a intervenção de
Histórias de Sem Réis acontecerá na quarta-feira pela manhã. A sede d´O Pessoal
do Tarará fica na Rua Rodrigues Alves, 1012, na comunidade da Baixinha, no
Abolição I. O projeto Teatro em Trânsito do Coletivo Alfenim acontece através
do Prêmio Procultura de Incentivo ao Circo, Dança e Teatro 2011, através da
Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.
MILAGRE BRASILEIRO
Milagre Brasileiro, vencedor do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2008, estreou em João Pessoa em março de 2010. Fez temporada em São Paulo, como parte da programação do Projeto “Teatro Fora do Eixo”, do Coletivo de Teatro Alfenim, que ocupou a sala Reneé Gumiel, da Funarte, de junho a agosto de 2011. Durante a temporada, foi indicado ao Prêmio Shell/2010 na categoria Música.
Milagre Brasileiro, vencedor do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2008, estreou em João Pessoa em março de 2010. Fez temporada em São Paulo, como parte da programação do Projeto “Teatro Fora do Eixo”, do Coletivo de Teatro Alfenim, que ocupou a sala Reneé Gumiel, da Funarte, de junho a agosto de 2011. Durante a temporada, foi indicado ao Prêmio Shell/2010 na categoria Música.
Trata-se de um espetáculo
experimental que tem como tema os “anos de chumbo” da ditadura militar, período
marcado pela tortura e pela euforia do crescimento econômico. Seu foco é o “desaparecido
político”, personagem que assombra o trágico dia-a-dia daqueles, familiares e
amigos, que ainda hoje perseveram para obter das autoridades uma resposta
satisfatória sobre seu paradeiro. Situação que de resto assombra a consciência nacional.
Personagem emblemática por sua
condição extrema, o “desaparecido político” não pode ser incluído na
estatística macabra dos mortos em combate, tampouco na lista não menos
macabra das vítimas que sobreviveram à barbárie praticada nos porões do regime militar. Essa estranha condição de “existência imaterial”, do sujeito que é subtraído da História, se reflete na dramaturgia do espetáculo. Embora já sejam abundantes os estudos e relatos sobre as ações da Ditadura, chama atenção o fato de que o Estado Brasileiro se empenha até hoje em acobertar os crimespraticados pelas Forças Armadas em nome de uma suposta
macabra das vítimas que sobreviveram à barbárie praticada nos porões do regime militar. Essa estranha condição de “existência imaterial”, do sujeito que é subtraído da História, se reflete na dramaturgia do espetáculo. Embora já sejam abundantes os estudos e relatos sobre as ações da Ditadura, chama atenção o fato de que o Estado Brasileiro se empenha até hoje em acobertar os crimespraticados pelas Forças Armadas em nome de uma suposta
“Segurança Nacional”.
Em vista dessa aviltante e
deliberada supressão da narrativa histórica por parte do Estado Brasileiro, o
espetáculo opta por abrir mão da “fábula” que conduziria o espectador em meio
aos acontecimentos daquele período. Essa escolha conceitual decorre da
necessidade de tratar o assunto sem esquematismos ou juízos morais sobre de que
lado estaria a Verdade, uma vez que esta é sempre múltipla e contraditória.
A escolha implica ainda um
desafio aos atores na medida em que lhes é solicitado emprestar seu corpo
expressivo a uma virtualidade, o “desaparecido político” que somente pode se constituir em personagem como ausência. Diante da aparente impossibilidade de
narrar fatos escabrosos da recente História do país, Milagre Brasileiro pede auxílio à
tradição teatral do Ocidente. Convoca “Antígone”, a heroína trágica que confronta
a razão do Estado e desobedece às leis para realizar o funeral de seu irmão
morto em duelo fratricida.
E também se inspira no “teatro desagradável” de Nelson Rodrigues. Da fricção desses materiais incongruentes surge a forma do espetáculo.
O Coletivo de Teatro Alfenim
dedica seu Milagre Brasileiro a todos os brasileiros que perderam suas vidas na
luta pelo fim da Ditadura no Brasil.
Enviado por : d´O Pessoal do Tarará.
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