Prefeitura de Mossoró suspende o espetáculo Auto da Liberdade
Todos
os anos, no mês de setembro, é celebrada em Mossoró a Festa da
Liberdade, quando a população local tem acesso a espetáculos teatrais,
shows, palestras, entre outras formas de entretenimento. Este ano,
devido a uma recomendação feita pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE)
do Rio Grande do Norte, o Ministério Público Federal (MPF) no RN, o
Ministério Público Eleitoral (MPE) e o Ministério Público do Estado do
RN (MP), no qual os municípios devem cortar os gastos realizados com
artistas, bandas e estrutura física, como palco, som, etc., o evento
contará apenas com a realização do Cortejo.
O produtor Chico Window disse que os artistas da cidade foram informados em agosto que Mossoró não iria sediar o Auto da Liberdade.
"Nos comunicaram que devido a uma determinação do Governo Federal o município não iria contar com a realização do evento. O dinheiro que deveria ser investido na programação será então destinado aos agricultores da região que tem sofrido com os efeitos da seca. Informaram também que diferentemente do Mossoró Cidade Junina, onde 80% dos investimentos é proveniente de patrocinadores particulares, o Auto é realizado com dinheiro público".
Ele complementa ressaltando que os artistas da terra não serão muito prejudicados pela medida, uma vez que estes realizam trabalhos paralelos. "Muitos atores possuem grupos de teatro, portanto estão engajados em outras atividades. O dinheiro conseguido com o evento seria muito bem-vindo, porém não é a única fonte de renda", explicou Chico Window.
Porém economistas alertam que outros setores podem ser atingidos pela medida. O setor hoteleiro, uma vez que muitas hospedarias da cidade são beneficiadas com a grande movimentação na cidade durante este período, bem como os vendedores autônomos, que se distribuíam ao longo do corredor cultural.
A gerente executiva da Cultura, Clézia Barreto, comunicou que devido a determinação do MP este ano não será possível contratar bandas, artistas, entre outros profissionais, além da estrutura para montar o espetáculo.
"Prejuízos vão existir, porém é muito pior ter que passar por transtornos judiciais por ter descumprido uma determinação legal. Os estados que assinaram o termo de emergência devem adotar medidas semelhantes com o objetivo de ajudar os agricultores. Dentro das nossas possibilidades realizaremos apenas o Cortejo da Liberdade", explicou Clézia.
O TCE recomendou que os prefeitos das cidades castigadas pela seca evitassem despesas com os festejos. O Ministério Público também deve fiscalizar os gastos efetuados pelas prefeituras.
Terça-feira, 11 de Setembro de 2012 às 00:00
/ Por: Redação / O mossoroense.
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