O abandono!


O Teatro Lauro Monte Filho encontra-se abandonado e tomado por pombosEste mês marca um ano de atraso no prazo determinado pelo Governo do Estado para a conclusão das obras do Teatro Lauro Monte Filho, um dos mais importantes templos da cultura mossoroense. As reformas foram iniciadas em setembro de 2012 e tinham até o mês de julho de 2013 para ser concluída. Contudo, problemas como inadequação no projeto e falta de pagamento fizeram com que os trabalhos de reforma tivessem de ser paralisados mais de uma vez.

No começo de 2014, a governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, afirmou que as obras iriam ser aceleradas, mas o teatro continua a não contar com equipe de construtores. De acordo com a Secretaria de Estado da Infraestrutura (SIN), as obras no Lauro Monte Filho são de responsabilidade da contratante, a Fundação José Augusto, cabendo à Secretaria somente o papel de fiscalizá-las, quando estiverem sendo executadas.
Procurada pela equipe de reportagem do jornal O Mossoroense para prestar esclarecimentos sobre os motivos dos atrasos e paralisações nas obras do teatro, a Fundação José Augusto não deu retorno até o fim da edição desta matéria. 

Em abril deste ano, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP/RN) instaurou inquérito para apurar a falta de alvará para reforma do teatro, processo que foi transferido da 4ª Promotoria, responsável por Educação, onde começou a ser levantado, para a 19ª Promotoria, de Patrimônio Público, e deverá ser apurado dentro dos próximos meses. O MP investiga ainda a falta de acessibilidade no prédio do teatro, o que contraria Lei 10.098/00, conhecida como Lei da Acessibilidade, que determina normas para facilitar acesso de pessoas com deficiência a espaços públicos e privados.

Atualmente, o Teatro Lauro Monte Filho está abandonado e tem sido tomado por pombos. As instalações já foram saqueadas no mês de março, o que chamou a atenção para a falta de equipe de segurança que guarde o local.

Artistas mossoroenses cobram entrega do teatro

Revoltados com a paralisação do teatro desde 2008, quando foi fechado por problemas estruturais, artistas de Mossoró organizaram movimentos para cobrar celeridade na conclusão das obras e dar continuidade à cena artística da cidade, buscando ocupar outros espaços. 

Em 2012, integrantes do movimento Ventania recusaram o convite do Governo do Estado para o lançamento da ordem de serviço para as obras. Na ocasião, o movimento enviou nota em resposta ao governo, afirmando que só aceitaria convite para início das obras do teatro estadual, afirmando estar cansado de promessas.

“Descaso é a palavra para o Teatro Lauro Monte Filho. Promessas, fotos, matérias e até maquetes foram feitas, dizendo que teríamos um teatro reformado. Mas a situação só piora”, disse Camila Paula, integrante do movimento Ventania.

Os artistas reforçam a importância do teatro estadual em Mossoró. Eles relembram que o espaço foi palco do I Festival de Teatro da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Festuern) e faz parte da trajetória de muitos artistas e da história da arte mossoroense.

“O Teatro Dix-huit Rosado não preenche a necessidade dos artistas da cidade. A pauta do teatro municipal é inacessível financeiramente e está sempre com a agenda cheia. O Lauro Monte aliviaria um pouco esse 'atolamento'. Sem falar que é um espaço que já foi palco de grandes momentos da nossa cidade”, afirma Camila Paula.

Fonte : Jornal o mossoroense.com.br

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