Mossoró Cidade Junina por Gutemberg Dias
Por Gutemberg Dias
O Mossoró Cidade Junina já é um evento consolidado em Mossoró. Não vejo mais como ele sair do calendário festivo de nossa cidade, nem como a Prefeitura Municipal de Mossoró deixar de ser o organizador geral do evento.
Vejo na imprensa que a prefeitura agora é que iniciou o processo de sua organização. Certamente, do ponto de vista da legalidade, vai cometer alguns equívocos para colocar a edição desse ano no ar.
Esse evento há muito que vem dividindo pensamentos. Imagino que os webleitores se lembram das celeumas criadas entre a oposição e a situação quanto a utilização de recursos públicos para fomentar essa grandiosa festa. Talvez eu tenha até falado na época sobre esse tema.
Mas, que a confusão era grande isso era, basta ver as manchetes dos jornais e blogs como O Mossoroense, Gazeta do Oeste, Jornal de Fato, Blog o Carlos Santos entre outros.
Acredito que as partes tinham razão no que falavam, ou melhor dizendo, meia razão. Concordo com a oposição quando dizia que a prefeitura deveria investir em saúde, educação etc ao invés de contratar bandas caríssimas, mas entendo a prefeitura quando dizia que o evento fazia girar a economia local e, para isso, era necessário investir recursos próprios no Mossoró Cidade Junina.
Vamos entender como funciona hoje a organização do MCJ. Primeiro a prefeitura abre processo licitatório para contratação de empresa para arrecadar patrocínios e, também, outro processo para a organização do evento. Geralmente a empresa que ganha o certame para captar recursos não é a responsável pela realização do evento.
Como sempre as licitações acontecem às vésperas de se iniciar o MCJ, a empresa que se habilita para captar recursos não tem tempo para trabalhar e se acomoda com os patrocínios que chegam por gravidade, ou seja, como ela vai ganhar um percentual sobre o que for arrecadado o que entrar é lucro, seja pouco ou muito.
Esse modelo que vem sendo feito há muito tempo não ajuda a desmamar o evento das “tetas” do erário público. E como não se arrecada a contento para bancar o evento, sobra para o cofres públicos cobrir o grosso da festa. Em números, “acredito” que o MCJ nunca conseguiu arrecadar mais que R$ 800 mil em patrocínio a cada ano.
De outro lado, a empresa vencedora do certame para organizar o evento fica na dependência da liberação de recursos para dar gás na montagem do MCJ. Se a prefeitura atrasa um dia de quitação de medição, sempre, quase sempre, surge a velha história que a festa não vai acontecer, que banda não sobe em palco e por aí vai.
Dito isso, é notório que o formato de organização da festa está equivocado, principalmente, quando se pretende diminuir a participação de recursos próprios da prefeitura. Mantendo essa receita nunca teremos um MCJ bancando, em grande parte, pela iniciativa privada, como acontece em Caruaru e Campina Grande.
A diferença dos eventos nessas duas cidades é que eles já começam a ser planejados quando se encerram. Aqui só lembram do MCJ depois do Carnaval. Dessa forma, o tempo para atrair patrocinadores é inexequível, pois ninguém vai colocar grande quantidade de recursos onde não se tem um projeto de retorno de mídia garantido.
Ainda é bom lembrar, que os grandes patrocinadores tem planejamento orçamentários destinados a eventos como esses, no caso eles não têm recursos disponíveis a qualquer hora e tempo.
Dados colhidos em veículos de comunicação mostram que Caruaru investiu em 2014 um pouco mais de R$ 11 milhões para realizar o seu São João, sendo que 60% desse montante veio de patrocínios, ou seja, algo próximo a R$ 6,6 milhões.
No ano passado o MCJ, se não me engano, estava orçado em R$ 3,5 milhões. Vale destacar que em anos anteriores a festa teve orçamentos maiores. Se fizermos uma analogia com Caruaru e aqui se conseguisse captar 60% em patrocínio, o desembolso do município teria sido de apenas R$ 1,4 milhão.
Considerando que o MCJ é um evento consolidado regionalmente, que mantém um formato muito parecido com os dois maiores do Nordeste (Caruaru e Campina Grande), que num raio de 300 km não existe outra festa do mesmo porte e que está a menos de 300 km de duas capitais, não resta dúvida que vale apena se investir, do ponto de vista do marketing, nesse evento.
Para 2018, o que sugiro à Prefeitura Municipal de Mossoró é que inicie o processo licitatório para contratar a empresa de captação já no mês de julho/2017 e que o “deadline” para licitar a empresa organizadora do evento aconteça em fevereiro/2018.
Planejando, dessa forma, acredito que será possível captar um grande volume de recursos via patrocínios e, também, garantir que o processo licitatório para a organização do evento esteja encerrado até meados de abril/2018, dando tempo suficiente para a empresa organizar a contento o evento, evitando, assim, falhas na realização do MCJ.
Outra coisa, todo o valor captado, obrigatoriamente, deve ser depositado na conta única do município com destinação específica para o MCJ e as bandas devem ser contratadas diretamente pela municipalidade, podendo ser feita por dispensa de licitação e sem a interferência de agenciadores, fato garantido por lei, e que agiliza o processo de montagem da grade que se torna de extrema importância para garantir o interesse dos patrocinadores.
Tenho a certeza que se planejar esse evento de forma profissional teremos um dos maiores São João do Nordeste, competindo com Caruaru e Campina Grande, sobretudo, com baixo investimento por parte da municipalidade.
Alguém duvida que seria diferente?
Gutemberg Dias é geógrafo, mestre pela Uern e empresário
O Mossoró Cidade Junina já é um evento consolidado em Mossoró. Não vejo mais como ele sair do calendário festivo de nossa cidade, nem como a Prefeitura Municipal de Mossoró deixar de ser o organizador geral do evento.
Vejo na imprensa que a prefeitura agora é que iniciou o processo de sua organização. Certamente, do ponto de vista da legalidade, vai cometer alguns equívocos para colocar a edição desse ano no ar.
Esse evento há muito que vem dividindo pensamentos. Imagino que os webleitores se lembram das celeumas criadas entre a oposição e a situação quanto a utilização de recursos públicos para fomentar essa grandiosa festa. Talvez eu tenha até falado na época sobre esse tema.
Mas, que a confusão era grande isso era, basta ver as manchetes dos jornais e blogs como O Mossoroense, Gazeta do Oeste, Jornal de Fato, Blog o Carlos Santos entre outros.
Acredito que as partes tinham razão no que falavam, ou melhor dizendo, meia razão. Concordo com a oposição quando dizia que a prefeitura deveria investir em saúde, educação etc ao invés de contratar bandas caríssimas, mas entendo a prefeitura quando dizia que o evento fazia girar a economia local e, para isso, era necessário investir recursos próprios no Mossoró Cidade Junina.
Vamos entender como funciona hoje a organização do MCJ. Primeiro a prefeitura abre processo licitatório para contratação de empresa para arrecadar patrocínios e, também, outro processo para a organização do evento. Geralmente a empresa que ganha o certame para captar recursos não é a responsável pela realização do evento.
Como sempre as licitações acontecem às vésperas de se iniciar o MCJ, a empresa que se habilita para captar recursos não tem tempo para trabalhar e se acomoda com os patrocínios que chegam por gravidade, ou seja, como ela vai ganhar um percentual sobre o que for arrecadado o que entrar é lucro, seja pouco ou muito.
Esse modelo que vem sendo feito há muito tempo não ajuda a desmamar o evento das “tetas” do erário público. E como não se arrecada a contento para bancar o evento, sobra para o cofres públicos cobrir o grosso da festa. Em números, “acredito” que o MCJ nunca conseguiu arrecadar mais que R$ 800 mil em patrocínio a cada ano.
De outro lado, a empresa vencedora do certame para organizar o evento fica na dependência da liberação de recursos para dar gás na montagem do MCJ. Se a prefeitura atrasa um dia de quitação de medição, sempre, quase sempre, surge a velha história que a festa não vai acontecer, que banda não sobe em palco e por aí vai.
Dito isso, é notório que o formato de organização da festa está equivocado, principalmente, quando se pretende diminuir a participação de recursos próprios da prefeitura. Mantendo essa receita nunca teremos um MCJ bancando, em grande parte, pela iniciativa privada, como acontece em Caruaru e Campina Grande.
A diferença dos eventos nessas duas cidades é que eles já começam a ser planejados quando se encerram. Aqui só lembram do MCJ depois do Carnaval. Dessa forma, o tempo para atrair patrocinadores é inexequível, pois ninguém vai colocar grande quantidade de recursos onde não se tem um projeto de retorno de mídia garantido.
Ainda é bom lembrar, que os grandes patrocinadores tem planejamento orçamentários destinados a eventos como esses, no caso eles não têm recursos disponíveis a qualquer hora e tempo.
Dados colhidos em veículos de comunicação mostram que Caruaru investiu em 2014 um pouco mais de R$ 11 milhões para realizar o seu São João, sendo que 60% desse montante veio de patrocínios, ou seja, algo próximo a R$ 6,6 milhões.
No ano passado o MCJ, se não me engano, estava orçado em R$ 3,5 milhões. Vale destacar que em anos anteriores a festa teve orçamentos maiores. Se fizermos uma analogia com Caruaru e aqui se conseguisse captar 60% em patrocínio, o desembolso do município teria sido de apenas R$ 1,4 milhão.
Considerando que o MCJ é um evento consolidado regionalmente, que mantém um formato muito parecido com os dois maiores do Nordeste (Caruaru e Campina Grande), que num raio de 300 km não existe outra festa do mesmo porte e que está a menos de 300 km de duas capitais, não resta dúvida que vale apena se investir, do ponto de vista do marketing, nesse evento.
Para 2018, o que sugiro à Prefeitura Municipal de Mossoró é que inicie o processo licitatório para contratar a empresa de captação já no mês de julho/2017 e que o “deadline” para licitar a empresa organizadora do evento aconteça em fevereiro/2018.
Planejando, dessa forma, acredito que será possível captar um grande volume de recursos via patrocínios e, também, garantir que o processo licitatório para a organização do evento esteja encerrado até meados de abril/2018, dando tempo suficiente para a empresa organizar a contento o evento, evitando, assim, falhas na realização do MCJ.
Outra coisa, todo o valor captado, obrigatoriamente, deve ser depositado na conta única do município com destinação específica para o MCJ e as bandas devem ser contratadas diretamente pela municipalidade, podendo ser feita por dispensa de licitação e sem a interferência de agenciadores, fato garantido por lei, e que agiliza o processo de montagem da grade que se torna de extrema importância para garantir o interesse dos patrocinadores.
Tenho a certeza que se planejar esse evento de forma profissional teremos um dos maiores São João do Nordeste, competindo com Caruaru e Campina Grande, sobretudo, com baixo investimento por parte da municipalidade.
Alguém duvida que seria diferente?
Gutemberg Dias é geógrafo, mestre pela Uern e empresário
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